domingo, 30 de julho de 2017

Crítica Literária #24 - Um Milionário em Lisboa, de José Rodrigues dos Santos

Razão da escolha
Decidi ler este livro, pois é a continuação de Um Homem em Constantinopla, que apreciei bastante. Dada a história estar dividida em duas partes e ter gostado bastante da primeira, tinha de ler este livro para saber como terminava.

Reação às primeiras páginas
Tendo em conta que já tinha lido mais livros do mesmo autor, tendo gostado de todos eles, e de ter ficado curioso em relação a este livro, as minhas expectativas eram altas, mas esmoreceram um pouco, pois o livro não seguiu o rumo que esperava.

Resumo
A primeira parte do livro fala maioritariamente do massacre que os Arménios sofreram às mãos dos Turcos, sendo isso descrito através do acompanhamento de Krikor, que decidiu ir para Kayseri ter com Marjan, a mulher que amava, sendo forçado a passar por todas as provações que as mulheres e os idosos tiveram que passar. Quando os guardas turcos descobriram que Krikor era um homem disfarçado de mulher, tentaram matá-lo. Dada a tentativa de afogamento falhada, Krikor sobreviveu e foi acolhido para trabalhar nos caminhos de ferro, até ser capaz de ir ter a Constantinopla, onde Salim Bey, homem poderoso na corte e amigo de Kaloust, o ajudou a regressar ao Reino Unido. 

Na segunda parte, Kaloust conhece um intermediário da União Soviética, com quem faz um negócio para obter as obras mais valiosas do museu de S. Petersburgo, a troco de uma quantia relativamente baixa, tendo em conta o verdadeiro valor das mesmas, mas também usando a sua influência para que o intermediário, antigo membro militar russo de alta patente, chegasse ao trono do Irão. O negócio acaba por se concretizar e tudo acontece conforme planeado. Entretanto, a II Guerra Mundial começa e Inglaterra confisca todas as ações de Kaloust da Turkish Petroleum Company, o que, para Kaloust, é uma afronta. Face às pressões exercidas pelos aliados, o Irão é forçado a abandonar o lado da Alemanha e a juntar-se aos Aliados, fazendo com que Kaloust, que adquirira a nacionalidade iraniana tivesse que abandonar França, decidindo ir viver para Portugal.

Na última parte do livro, é-nos descrita a vida de Kaloust em Portugal antes da II Guerra Mundial terminar e após esse acontecimento. Enquanto esteve em Portugal, Kaloust foi detido, mesmo sendo o homem mais rico do mundo, por tentar impor a sua autoridade a um agente da PVDE. Após a guerra terminar, Nunuphar, mulher de Kaloust, decide voltar para Paris, mas este decide não fazer o mesmo que ela, permanecendo em Portugal, onde trava uma batalha judicial com as grandes petrolíferas mundiais, ganhando-a com um acordo antes da primeira sessão do julgamento, pois estas temiam que as suas contas viessem a público. Após a morte da sua mulher e de outros seus amigos, Kaloust decide que, ao morrer, criar-se-ia uma fundação para apoiar as artes, a educação e a ciência, decidindo que esta ficasse sediada em Portugal.

Aspetos a destacar
O aspeto que mais me marcou neste livro foi, indubitavelmente, a primeira parte, pois não tinha consciência do quão grave havia sido o massacre do povo Arménio às mãos dos Turcos, sendo esse efeito ampliado pelo estilo de escrita do autor, que era bastante pormenorizado e realista em inúmeros episódios.

Por outro lado, tal como no livro anterior, gostei de ficar a conhecer a vida de Calouste, apesar de não ter gostado tanto deste livro em relação ao primeiro, dado o grande impacto que a primeira parte deste livro causou em mim.

Recomendação
Para os menos interessados na vida de Caloust Gulbenkian, este livro é uma ótima forma de tomar conhecimento acerca do massacre dos Arménios na Turquia, mas esta obra é muito mais do que isso. Por esse motivo, recomendo que se leia primeiro O Homem de Constantinopla e, posteriormente, Um Milionário em Lisboa, para que todo o enredo seja capturado da forma que julgo ser a correta.

domingo, 23 de julho de 2017

Book Review #5 - The Fallen Angel, by Daniel Silva

Reason of the choice
When it comes to buy books, I like to play safe, which means I will buy a book written by an author that I have already read and that I liked. When I bought this book, I was wandering which book I would buy and, since there wasn't the first book of A Song of Ice and Fire, I bought this book because I already knew the author and because I really appreciate the “Gabriel Allon series”.

Reaction to the first pages
This books starts with an unclear death, which is something that always gets our attention and it happened to me once again this happened again on this book.

Some people may find it as a regular thing and they may say that Daniel always does this but the truth is that it really works and it is really a smart way to begin his books.

So, due to the great beginning of the book, I always wanted to keep reading the book because there was always something happening that required our attention to avoid missing a little detail that might be important later.

Summary
The book starts with the death of a curator of the Vatican museum and Gabriel Allon is asked to investigate her death. Soon, he discovers who was the murderer and he also found that the murderer was the leader of a criminal organization that was financing Hezbollah.

After discovering that, he went to Switzerland where he was the target of a bomb attack but he lived, which led to another discovery: he found out the man that was the connection between Hezbollah and the murderer of the dead curator.

Gabriel and his team kidnapped him and that man confessed that there would be an attack in Vienna. Fortunately, they were able to dismantle the attack but soon they discovered on their own that there would be another attack but this time it would be in Israel. When they found it, they hadn’t much time to act but, once more, they were very quick and they were able to dismantle, again, the attack with a bonus: they found the first Temple that King Solomon ordered to be built.

After all this, Gabriel pushed Carlo Marchese, the murderer, which led to Carlo’s death.

Highlights
As usual, Daniel Silva's books are always full of action and suspense and that is something that I think that should be highlighted because the plot always requires your atention if you don't want to miss anything.

Moreover, the author's writing style is also very cool because it is so light and it helps very much to keep us engaged in the story.

domingo, 16 de julho de 2017

Crítica Literária #23 - O Homem de Constantinopla, de José Rodrigues dos Santos

Razão da escolha
Decidi ler este livro por causa de José Rodrigues dos Santos ser um autor que realmente aprecio, dados os temas dos seus livros serem sempre explorados de uma forma bastante interessante e capaz de cativar os leitores, sendo que, para isso, também contribui o seu estilo de escrita, que também aprecio.

Reação às primeiras páginas
O início deste livro é diferente de todos os outros livros do autor, mas, mesmo assim, José Rodrigues dos Santos é capaz de captar a nossa atenção muito facilmente, fazendo com que não queiramos largar o livro após começarmos a sua leitura.

Resumo
Após o prólogo, a história inicia-se com a descrição de alguns momentos da juventude de Kaloust. Num desses momentos, o pai de Kaloust, Vahan, homem poderoso agride o diretor da escola e o seu filho, por este não ter sido o melhor aluno, sendo que o objetivo dessa ação era garantir que Kaloust passasse a ser sempre o melhor aluno por mérito próprio, mesmo que isso implicasse que os professores tivessem de trabalhar mais arduamente com Kaloust que com os outros alunos.

Algum tempo depois, Vahan conseguiu um acordo de exclusividade de fornecimento de querosene para o Império Otomano, tendo esse sido ganho através de cunhas que Vahan possuía junto da corte do sultão e de bakshish, subornos.

Após isso, a família Sarkisian é forçada a abandonar o local onde vivia, não só para poder expandir os seus negócios de tapetes, que já possuía, e de querosene, mas também para fugir ao confronto entre os muçulmanos, os turcos, e os cristãos, arménios. Essa decisão foi tomada depois de Kaloust ter assistido ao seu pai ter sido agredido pelos cavaleiros turcos.

Ao chegarem a Constantinopla, Kaloust tinha que continuar a ir à escola, tendo sido inscrito na escola americana, a mais prestigiada. Como não era muito dado a atividades físicas, o médico dos Sarkisian, passou um atestado médico para que Kaloust não tivesse que fazer educação física, fazendo com que Kaloust passasse a ter um furo durante as suas aulas.

Foi durante um desses furos que Kaloust fez o seu primeiro negócio: durante muitos furos, Kaloust ia ao bazar de Constantinopla a uma loja que vendia moedas e, interessado pelas mesmas, encontrou uns rapazes que também vendiam moedas, mas a um preço extremamente reduzido. Um dia, perante uma moeda rara, Kaloust comprou-a por uma quantia que o pai lhe tinha dado e vendeu-a ao dono da loja de moedas por uma quantia muito superior, o que fez com que Vahan ficasse muito satisfeito com o seu filho. 

Desta forma termina a primeira parte deste livro. A segunda parte começa quando Kaloust é enviado para França para aprender francês e é lá que conhece mademoiselle Duprés, que, além de ter sido sua tutora nos estudos, também foi sua amante.

A mando do seu pai, Kaloust é forçado a abandonar França e mademoiselle Duprés e vai estudar para Inglaterra, onde conhece Philip Blake, homem com contactos dentro do governo inglês e que lhe transmite algumas informações que permitem a Kaloust ganhar dinheiro na bolsa, a troco de uma comissão. É também em Inglaterra que trava conhecimento com a família Berberian, família arménia bastante abastada, sendo que o verdadeiro objetivo de Kaloust era casar com Nunuphar Berberian.

Quando termina os seus estudos, Kaloust faz uma viagem a Baku, local de onde o seu pai importava petróleo e conhece Zinovieff, também arménio e que era o detentor de terrenos onde o petróleo era explorado. Ao regressar a Constantinopla, escreve um artigo para uma prestigiada revista francesa acerca da sua viagem e, algum tempo depois, é contactado por um editor francês para que escrevesse um livro. Esta proposta foi aceite por Kaloust e, tal como o artigo da revista, este teve também bastante sucesso, fazendo com que o chefe da família Berberian cedesse a mão de Nunuphar a Kaloust.

Face ao agravamento das perseguições aos arménios por parte dos turcos, Kaloust vê-se forçado a fugir de Constantinopla e a estabelecer-se em Inglaterra, indo morar para uma casa que prometera comprar anos antes. Na viagem da Turquia para Inglaterra, Kaloust força a que a viagem seja atrasada para deixar entrar Zinovieff que estava a ser perseguido pelos turcos, o que valeu com que este lhe cedesse uma posição na sua empresa como seu representante.

A terceira parte da obra descreve um pouco da vida de Krikor, filho de Kaloust, mas o grande foco continua a ser a de Kaloust, mais direcionada para os negócios que envolvem as empresas petrolíferas, os grandes luxos que rodeavam Kaloust e também a influência da procura da perfeição na arte.

Aspetos a destacar
Apesar de ter uma vaga ideia do que trataria este livro, fiquei surpreendido, pois, apesar da fundação Calouste Gulbenkian ter uma grande reputação em Portugal, eu nada sabia acerca da vida do homem que lhe dava nome e este livro conseguiu de forma extremamente cativante dar-ma a conhecer.

Neste sentido, é de destacar a habilidade que José Rodrigues dos Santos tem de contar a vida de uma pessoa através de um livro extremamente interessante, pois quase que seria possível considerar este livro uma biografia, sendo, na realidade, um romance baseado em factos reais.

Recomendação
Para todos os que apreciam o estilo de escrita de José Rodrigues dos Santos, recomendaria este livro, mas também o recomendaria a todos os que desconhecem quem foi Calouste Gulbenkian. De seguida, irei ler Um Milionário em Lisboa, que é a continuação deste livro e, se este já o achei fantástico, as minhas expectativas serão altas em relação a esta obra.

domingo, 9 de julho de 2017

Book Review #4 - Appointment with Death, by Agatha Christie

Reason of the choice
I picked this book to read because I haven't read any book of this author and some people had already told me that her books were really amazing, so I decided to give it a shot.

Reaction to the first pages
As my expectations were very high, I didn’t find those first pages as interesting as I was expecting but, with the course of the book, I started to get more and more interested.


Summary
This book tells us the story of an American family which goes in a trip. However, during the trip, the “Mother”, who was an evil woman, was murdered.

Most of the people didn't like her but her death was a murder so it had to be investigated to found out who the murderer was. For that reason, Hercule Poirot was summoned to solve the case and he was able to do it.

I won't write much more about the plot of the book or it would lose much of its interest.

Highlights
As I said before, I didn’t found this book interesting since the beginning but it started to get more and more interesting and the suspense grew from page to page and this is something I think it should be highlighted.

Besides, the way Hercule Poirot solved the case was amazing because he solved it just by deducting what happened having as a basis the testimonies given by everyone and their psychological characteristics.

Recommendation
I think this book was really amazing and everyone who loves good detective novels should read it because it is very suspenseful and I found it very similar to the Sherlock Holmes’ novels.

domingo, 2 de julho de 2017

Crítica Literária #22 - Regionalização, de Luís Valente de Oliveira

Razão da escolha
Este livro foi-me recomendado pelo professor de Geografia como forma de poder apresentar medidas para o projeto “Parlamento dos Jovens” de uma perspetiva diferente da habitual.

Reação às primeiras páginas
Este livro, sendo um ensaio político, foi, desde o início, um livro que considerei um desafio ler, sendo que, logo no começo, me deparei com um vocabulário mais elaborado e de mais difícil compreensão, mas que não me fez desistir.

Resumo
Como já referi anteriormente, este livro é um ensaio político acerca da regionalização do País, sendo que o autor apresenta a forma como o País, focando-se apenas em Portugal Continental pode ser dividido; quais as funções que essas regiões passarão a ter; quais as funções que a Administração Central perderá; de que modo se administrarão essas regiões; que medidas podem ser tomadas no sentido de se poder atingir a regionalização, entre muitos outros aspetos que o autor analisou exaustivamente para mostrar as vantagens da regionalização, o que se deve fazer para se atingir isso e quais os perigos com que nos poderemos defrontar.

Aspetos a destacar
Este foi o primeiro ensaio político que li, sendo que uma das coisas que tenho a destacar é, sem dúvida, o tipo do livro, visto que foi uma novidade para mim, devido ao elaborado e rico vocabulário utilizado, bem como a mensagem que o livro tem por objetivo transmitir.

O segundo aspeto que tenho a destacar é a própria mensagem que o livro quer transmitir, pois achei bastante interessante a proposta que o autor transmite: regionalizar Portugal, criando uma administração que se encontra entre o nível local e o nível regional, à qual se atribuirá inúmeras funções que pertenciam ao nível central, de modo a aproximar a Administração dos Administrados.

Excerto e motivos da escolha do excerto
O excerto que escolhi foi o seguinte: “Temos em Portugal mais de oitenta mapas diferentes que tornam as compatibilizações de dados muito difíceis e a administração de todos os dias infernal.”

O autor, quando se refere aos “mais de oitenta mapas diferentes”, fala dos inúmeros mapas relativos aos vários setores de atividade que existem no Estado e escolhi este excerto porque mostra de forma rápida um dos problemas que existe em Portugal, pois o autor, no mesmo parágrafo onde se insere a frase que retirei, concretiza esse problema num bom exemplo, em que uma pessoa com vários problemas relacionados com vários setores tem de se dirigir a várias cidades diferentes para conseguir ver todos os seus problemas resolvidos, sendo que, com a regionalização, essa mesma pessoa teria apenas de se dirigir a um único local onde veria todos os seus problemas resolvidos.

Recomendação
Recomendaria a leitura deste livro porque a proposta de regionalização do País deveria ser levada mais a sério, visto que, segundo o que o autor nos apresenta, é uma forma de resolver diversos problemas que todos os cidadãos experimentam. Contudo, não recomendaria a leitura deste livro a ninguém que não domine bem a língua portuguesa, visto que o vocabulário utilizado ao longo do livro é bastante rico e pode facilmente fazer com que nos sintamos perdidos e confusos.