domingo, 27 de agosto de 2017

Crítica Literária #26 - Equador, de Miguel Sousa Tavares

Razão da escolha
Decidi ler este livro, pois era uma obra que tencionava ler desde há muito tempo atrás, além de sentir alguma curiosidade acerca da mesma, dada a adaptação televisiva que foi feita.

Reação às primeiras páginas
As primeiras páginas não me cativaram imediatamente, mas, dada a curiosidade que o livro já havia criado em mim, decidi continuar a ler até que comecei a ficar realmente interessado no enredo.

Resumo
No início da obra, é-nos apresentado o protagonista, Luís Bernardo Valença, lisboeta, licenciado em direito e dono de uma empresa. Como ele já havia escrito sobre a forma como Portugal explorava as suas colónias, foi convocado pelo rei D. Carlos a ir a Vila Viçosa, onde foi informado que ele fora escolhido como o homem que devia mostrar a Inglaterra que já não existia trabalho escravo em S. Tomé e Príncipe, pois Inglaterra estava a ameaçar boicotar as importações de cacau daí provenientes, sendo, portanto, o governador.

Luís Bernardo aceitou a missão que lhe fora atribuída e, quando chegou à ilha africana, causou furor, começando imediatamente a tentar implementar as mudanças necessárias para que a sua missão fosse bem sucedida. Para isso, visitou todas as roças de S. Tomé para verificar com os seus próprios olhos as condições em que os serviçais trabalhavam e, no final, concluiu que ainda existia trabalho escravo. Entretanto, alguns dos administradores das roças e outros homens com poder na colónia tornaram-se seus inimigos, pois esperavam que o novo governador fosse como os outros e que pactuasse com eles, ao invés de tentar mudar.

Ao fim de alguns meses, chegou David, o cônsul enviado por Inglaterra, também ele com a missão de verificar a situação dos serviçais das roças, e Ann, sua mulher. Luís Bernardo e o casal inglês rapidamente se tornaram amigos, apesar das missões diferentes. Ao fim de algum tempo, Ann apaixona-se pelo governador português, mantendo esse caso durante grande parte do livro.

Ao longo do tempo que esteve em S. Tomé, Luís Bernardo teve que defender dois serviçais que fugiram de uma das roças e que apresentavam sinais claros de maus tratos, visto que o homem que os iria defender estava do lado dos administradores das roças. Além disso, teve de impedir uma revolta na ilha do Príncipe, pois os serviçais eram fisicamente maltratados e uma vez recusaram-se a trabalhar se alguns dos capatazes não fossem despedidos. Gabriel, um homem nascido já na colónia, fora negociar essa situação com o administrador da roça, mas, no final do dia, como não apareceu, alguns dos negros mataram alguns dos homens que queriam ver despedidos. Quando Luís Bernardo chegou ao Príncipe, resolveu a situação sem que mais sangue fosse derramado, de forma justa, o que enfureceu o administrador da roça.

No final, após a visita do ministro do Ultramar e do Príncipe Luís Filipe, Luís Bernardo foi ameaçado com um ultimato da parte dos homens mais influentes de S. Tomé para que desse indicações para Lisboa de que não existia trabalho escravo na colónia, bem como David tinha que dizer o mesmo para Inglaterra, ou, caso contrário, ele e Ann seriam presos, devido a adultério. Perante essa situação, dada a sua impotência, suicidou-se.

Aspetos a destacar
Na minha opinião, o grande destaque deste livro deve ir para todas as situações retratadas pelo autor em que este mostrava que, de facto, existia trabalho escravo nas roças e de todas as situações em que são demonstrados os abusos que os serviçais negros sofriam às mãos dos administradores das roças e de todos os outros homens que com eles pactuavam.

Recomendação
Para todos os que querem conhecer as condições de vida dos habitantes de S. Tomé e Príncipe, quer os brancos, quer os negros, esta é uma ótima obra para isso. Além disso, o autor também mostra como a vida sentimental das personagens pode interferir seriamente com os seus objetivos, tal como Eça de Queirós já havia feito em Os Maias.

domingo, 20 de agosto de 2017

Book Review #7 - The Sea of Monsters, by Rick Riordan

Reason of the choice
The last book I read was The Lightning Thief, which is the first book of the “Percy Jackson and the Olympians” series and I really liked it. The end of that book was amazing and it left a huge gap for the continuation of the series and I was so curious to know what would happen after that I have decided that I would only start reading another book or series only after finishing this one. So, that’s the reason why I have picked the The Sea of Monsters.

Reaction to the first pages
Since this is the second book of a series that I already know, I was used to the writing style and I remembered the story, so I wasn’t really surprised by nothing that was related with it and it wasn't disappointing at all.

Summary
Since the beginning, Percy was having some dreams with his best friend, Grover, who was a satyr that was looking for Pan, the goddess of nature. However, Percy knew that something was wrong because in those dreams he saw Grover being chased by a Cyclops and Grover was asking for help.

Percy, who had returned to a normal school and had a normal year since he left Camp Half-Blood, had some trouble in the last day of school because a group of giant cannibals, known as Laestrygonians, attacked him but he was saved by Tyson, who Percy had met earlier that year, and by Annabeth.

After that, Annabeth told Percy that Tyson was a Cyclops, which he hasn’t noticed due to the Mist, which was something that would make the humans unable to see the true form of monsters. Then, Percy, Annabeth and Tyson went to Camp Half-Blood in a taxi driven by the Gray Sisters.

When they arrived, the camp was being attacked by some monsters because the magic that was protecting the Camp was very weak because the pine tree, that once was Thalia, daughter of Zeus, was poisoned. After defeating the monsters, they were told Chiron, a centaur and the director of the Camp, was leaving and Tantalus, from Tartarus, would replace him.

When they were in the Camp, Poseidon, Percy’s father, claimed Tyson as his son. Before going in a new quest, Hermes appeared and gave some gifts to Percy. In the very moment before departing, Tyson and Annabeth showed up and went in the quest with Percy. They went aboard the Princess Andromeda boat where Luke, Hermes’ son and the one who poisoned the tree, was. They were able to run away from that boat and Clarisse, daughter of Ares, the god of war caught them.

In Clarisses' boat, they entered the Sea of Monsters but, in the moment that they were entering it, Percy and Annabeth lost Tyson. Then, the two went through many challenges, like Circe’s island and the Sirens, but they were able to go through all of that and they arrived in the island where Grover was trapped: Polyphemus island.

In the island, they were able to trick, once again, Polyphemus but they had help of Tyson, that hadn’t died when Clarisse’s ship sank. So, tricking Polyphemus, Percy, Annabeth and Tyson were able to rescue Grover and they also managed to get the Golden Fleece, an item that would cure the pine tree.

However, when they were going back to Camp Half-Blood, they were caught again by Luke. Percy, while fighting Luke, showed everyone in the Camp, that Luke was the one who poisoned the tree and not Chiron, which meant that he should get back his job. Once more, Percy and his friends were able to run away from Luke but this time they were helped by some friends of Chiron.

After some time in the Camp, they found out a new girl, Thalia, which the Fleece, brought back to life and everyone was concerned because she could also be a girl of a prophecy that might save or destroy the Olympus.

Highlights
Thankfully, Rick Riordan kept writing like he did in the previous book and that is something that must be highlighted because it’s really funny and it helps the way we feel how light reading this book is. Moreover, like I have written in the review of the previous book of this series, this is a great way to learn something more about the Greek mythology in a different but funny way.

domingo, 13 de agosto de 2017

Crítica Literária #25 - Rio das Flores, de Miguel Sousa Tavares

Razão da escolha
Decidi ler este livro porque estava curioso acerca do estilo de escrita do autor, pois ainda nunca tinha lido nenhuma obra sua. Além disso, a minha mãe e o meu avô, que já tinham lido este livro, disseram-me que tinham gostado dele e acrescentaram ainda que falava da guerra civil espanhola. Portanto, a recomendação deles também influenciou a minha escolha.

Reação às primeiras páginas
Ao contrário do que esperava, este livro não me cativou imediatamente, mas, continuando a ler mais umas páginas, comecei a gostar da história, sentindo-me dentro dela. No início da obra, morre um personagem que eu julguei que ficasse vivo durante todo o livro, mas a sua morte, apesar da dor que causou aos seus familiares mais próximos, foi aceite calmamente, o que, inicialmente, me causou alguma estranheza, mas, com o desenrolar da história, essa estranheza passou-me e acabei quase por esquecer que essa personagem tinha mesmo tido um papel na história, se não fosse relembrado algumas vezes ao longo da obra.

Resumo
A obra começa com a descrição de como era a vida em Valmonte, uma propriedade agrícola de Estremoz, gerida por uma família abastada composta por uma mãe, que, quando era nova, não passava de uma mera rapariga; por um pai, o homem que geria tudo o que era relacionado com a herdade; e pelos dois filhos do casal: Diogo e Pedro.

Com o decorrer da obra, o pai de Diogo e de Pedro morre, enquanto o Estado Novo surgia em Portugal. Nesta altura, percebemos a ideologia dos homens da família Flores: o falecido pai, Manuel Custódio, era um monárquico, mas que gostava de debater política em sua casa com os seus amigos; Pedro tinha ideias mais semelhantes às do seu pai, mas era um apoiante do Estado Novo e não da monarquia; e Diogo era um republicano que desprezava, mas respeitava, ainda que com relutância, os ideais do seu irmão.

Entretanto, Diogo casou-se com uma rapariga cigana, Maria do Amparo, que não o deixa partir de Valmonte, apesar da necessidade de novos horizontes de que Diogo sofria, uma vez que se sentia sufocado em Portugal, devido ao Estado Novo. Por outro lado, Pedro conhece e apaixona-se por Angelina, uma pintora que também se apaixonara por ele, mas que o abandona por sentir que a sua vida profissional não se poderia realizar se continuasse a viver em Portugal.

Diogo e um amigo seu que morava em Lisboa decidiram montar uma empresa do estilo import/export entre Portugal e o Brasil. Contudo, com a chegada de Hitler ao poder na Alemanha, o sócio que geria os assuntos no Brasil, numa visita à sua terra-natal, fica lá retido por ser judeu. Como sabia que nos tempos que se seguissem seria impossível sair da Alemanha, vendeu a sua parte a Diogo e ao seu amigo para que continuassem a gerir o negócio sem problemas. Porém, surgia outro problema: um dos dois sócios teria de ir para o Brasil para continuar a gerir os assuntos de lá. Diogo, como se sentia sufocado em Portugal, oferece-se para ir, deixando durante algum tempo a sua mulher e os filhos, que tivera entretanto, para trás.

Enquanto Diogo esteve no Brasil, decorria a guerra civil espanhola, na qual Pedro participou ao lado dos nacionalistas, regressando a Portugal ferido devido a um encontro inesperado com um tanque soviético.

No Brasil, Diogo começou a preparar os novos produtos para enviar para a Europa, pois previa que se iria instalar brevemente uma guerra entre vários países. Após alguns meses, Diogo voltou a Portugal, mas, durante o tempo em que esteve em Portugal, continuava a querer voltar para o Brasil, pois lá encontrara outra mulher pela qual se apaixonara.

Além disso, Diogo também precisava de voltar ao Brasil para encontrar uma quinta onde pudesse produzir carne para não estar sujeito a atrasos ou outros inconvenientes com a mercadoria que tencionava exportar para Portugal. No seu regresso ao Brasil, Diogo levou o seu filho porque lhe tinha prometido isso. Nessa altura, ainda não tinha começado a II Guerra Mundial, mas, uns meses antes da data em que previam regressar, esta deflagra, o que os leva a ficar lá durante toda a guerra. Nesse período, Diogo reencontra a mulher por quem se tinha apaixonado e abandona a sua esposa, dizendo-lhe que vendia a sua parte da herdade a Pedro e que testemunharia contra si próprio para que a mulher se pudesse divorciar e ser feliz.

O livro termina com Pedro e Amparo a consumarem um amor que ambos sabiam que existia, mas que nunca o deixaram transparecer por respeito a Diogo.

Aspetos a destacar
Já há algum tempo que eu não lia nenhum romance em que a história central era o romance propriamente dito e, quando terminei de ler a obra, estranhei que o enredo amoroso fosse mais importante que os factos históricos. Por esse motivo, o enredo central é, sem dúvida, um elemento que merece destaque.

Também o estilo de escrita do autor merece destaque devido à sua objetividade, que nos permite compreender claramente os sentimentos de duas personagens completamente diferentes, como é o caso de Pedro e Diogo.

Por fim, a par do enredo, os factos históricos também são algo que merece destaque porque é notável o trabalho do autor em conseguir encaixar um enredo tão complexo num contexto histórico tão importante, conseguindo salientar principalmente a intriga central.

Recomendação
Recomendaria este livro porque penso que é uma boa obra para conhecermos o autor e o seu estilo de escrita. Além disso, penso que este livro deve ser lido por todas as pessoas que gostem de um bom romance, tal como penso que é uma excelente obra para também conhecer um pouco como era a vida desde a instauração do Estado Novo até, aproximadamente, um pouco depois do fim da II Guerra Mundial, salientando-se ainda a Guerra Civil Espanhola e as condições de vida dos judeus na Alemanha nos anos que antecederam a II Grande Guerra.

domingo, 6 de agosto de 2017

Book Review #6 - The Lightning Thief, by Rick Riordan

Reason of the choice
I have seen many times booktubers talking very well about the Percy Jackson and the Olympians series and I have also seen a movie adaption of The Lightning Thief, which I really liked, and those were the main reasons why I have chosen to read this book.

Reaction to the first pages
Honestly, I have seen the movie adaptation a long ago and I didn’t remember very well about it, so I started to read without very high expectations but, as soon as the book started, I also started to get addicted to it because it was very good and very funny. 

Summary
Percy Jackson was a twelve years old boy and he was dyslexic. Once, in a field-trip, he was attacked by his Math teacher but he was helped by his Latin teacher and, in the end of the fight, some of the people who had seen the attack said that they haven’t seen anything and they said it was all Percy’s imagination.

In the end of his scholar year, he went back to his mother’s house and, then, he and his mother went on vacations. However, Percy’s best friend appeared and Percy’s mom decided to take him into a summer camp that she knew due to Percy’s father, which he had never known. On the way to that camp, he was attacked once more but he and his friend managed to survive but his mother “died” at the hands of the Minotaur.

When Percy reached the summer camp, he discovered that he was a demigod and soon he was claimed as Poseidon’s son. In the camp, he also discovered why he seemed to be dyslexic to normal people and the reason behind it was because he had more developed senses than a normal person.

After being claimed as Poseidon's son, he was given a quest: returning the lightning bolt to Zeus, which was stolen but nobody knew who the thief was. In his quest, he had to defeat many enemies, such as creatures, gods and god’s traps, to get the lightning bolt back.

In the end, he was able to complete his quest and he realized who the thief was but he ran away from him, leaving the continuation of the story into the next book, which I am planning to read.

Highlights
This was the first book I have ever read by Rick Riordan and the truth is that I really liked it because his writing style is very funny and this book talks a lot about the Greek mythology, which is a theme that I really appreciate. 

Although, he uses the mythology in a different way, it is still very nice to read and it is also very useful for those who want to learn something more about that theme.