sábado, 4 de abril de 2015

Crítica literária #2 - Influência Externa, de Brad Thor

Razão da escolha
   Optei por ler este livro porque tinha sido uma prenda de Natal de uns familiares que me costumam oferecer livros de que gosto bastante. Além disso, a curta sinopse da contracapa e a capa deste livro também influenciaram a minha escolha, pois deixaram-me com expectativas altas.

Reação às primeiras páginas
   O início deste livro é muito parecido a alguns livros de José Rodrigues dos Santos: um início cheio de ação e mortes. Foi um início que me conseguiu captar a atenção desde logo e, por isso, prossegui a leitura do livro sem nunca querer parar.

Resumo
   Este livro divide-se em prólogo, desenvolvimento e epílogo. No prólogo é descrito um ataque a uma base militar chinesa em que todos os que lá estavam presentes são mortos e também um atropelamento em Chicago, em que o condutor foge.
   Estes são os dados iniciais que lançam a ação, mas, ainda nos primeiros capítulos do desenvolvimento, há outros acontecimentos importantes que marcarão a ação que são: a tentativa de homicídio de um anão muito rico que negociava informações que poderiam comprometer a segurança de alguns Estados; um atentado em Roma; o ataque a uma base militar da Al-Qaeda no Iraque, por parte do personagem principal, Scot Harvath, que era um espião que pertencia a uma instituição privada que zelava pela segurança dos EUA; e a contratação de um detetive particular por parte do pai da rapariga que fora atropelada em Chicago.
   Todos estes acontecimentos, aparentemente sem ligação, acabam por se unir todos, tendo como tema central “atentados recorrendo à bomba por parte de fundamentalistas islâmicos”. Estes acontecimentos iniciais vão progredindo isoladamente, mas, ao longo do livro, verificamos que os protagonistas de todos eles acabam por se encontrar, sendo que uns se opõe a outros, havendo peripécias inesperadas ao longo da obra.
   O desenvolvimento do livro termina com Harvath a deter um atentado em Londres e a diminuir o efeito de outros atentados em Amesterdão e Chicago.
   O epílogo deixa a ação em aberto, pois o anão que quase fora assassinado diz a Harvath que, no futuro, haverá mais atentados, sendo que aqueles tinham sido apenas a ponta do icebergue.

Aspetos a destacar
   É de salientar o estilo de escrita de Brad Thor, pois o autor consegue cativar-nos e captar a nossa atenção por causa da sua forma de descrever tudo de forma bastante sintética, mas que nos permite visualizar tudo o que está a acontecer e o que os personagens estão a ver, independentemente de se tratar de uma sala normal, de uma cidade ou de algumas torturas que os personagens vão infligindo ao longo da obra, que são bastante comuns em livros de espionagem.
   Ainda em relação ao estilo de escrita do autor, Brad Thor é realmente um mestre no uso do suspense, pois está presente em todo o livro, chegando a fazer-nos duvidar da veracidade do que algumas personagens dizem, pois há inúmeras mudanças de situação que são realmente bruscas e inesperadas.
   Além disso, o facto de Brad Thor apresentar a ação cronologicamente, mas fazendo paragens para nos relatar o que está a acontecer noutros locais faz com que tenha sempre a nossa atenção, pois é nos momentos de maior suspense em que o autor muda de local, voltando novamente a criar tensão e suspense, o que confere à obra um crescendo de suspense e tensão ao longo de toda a obra desde o seu início.
   É de salientar também a inteligência de Brad Thor na construção deste enredo, pois é realmente denso e o facto de ter unido acontecimentos sem ligação aparente é de facto algo que merece muito mérito e que merece ser salientado.
   Por fim, o tema tratado neste livro, os atentados levados a cabo por terroristas fundamentalistas islâmicos, é algo que merece ser destacado devido à sua atualidade.

Excerto e motivos da escolha do excerto
   “Khidir tinha agora oito anos e estava severamente subnutrido. Os seus olhos apresentavam-se profundamente encovados e rodeados de olheiras. O seu espesso cabelo preto caíra-lhe às mãos-cheias. Parecia também que o rapaz se urinara e defecara repetidamente.
   Enquanto Harvath o examinava, percebeu que tinha ambos os braços e pernas partidos. No joelho esquerdo fora espetado um enorme prego de ferro e todos os dentes da sua boca tinham sido arrancados, deixando as gengivas infetadas.”

   Este excerto insere-se na invasão à base da Al-Qaeda por parte de Harvath no início do livro e decidi escolhê-lo por mostrar a brutalidade e a violência com que os terroristas tratavam as crianças só para subjugarem os pais a juntarem-se às suas causas ou apenas para lhes conseguirem extrair informações. Esta descrição é fictícia, mas a ideia que o autor pretende transmitir é clara e perfeitamente credível: estes seres horrendos, os terroristas, são bem capazes de fazer isto às pessoas só para atingirem os seus objetivos, independentemente de terem de torturas homens, mulheres ou crianças.

Recomendação
   Recomendaria este livro por causa do seu enredo ser bastante extenso, complexo e cheio de suspense. Além do enredo, este livro merece ser lido para que se conheça o autor e o seu estilo de escrita, tendo em conta tudo o que já referi anteriormente em relação a isso. Este livro também deve ser lido por causa de o assunto que trata ser bastante atual e por alguns acontecimentos descritos no livro poderem vir a acontecer cada vez mais perto de nós, visto que o fenómeno do fundamentalismo islâmico estar a tomar proporções gigantescas que podem colocar o mundo como o conhecemos em risco, sendo o melhor exemplo disso o autoproclamado Estado Islâmico.

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